terça-feira, 27 de julho de 2010

Sem budismo


Poema que é bom
acaba zero a zero.
Acaba com.
Não como eu quero.
Começa sem.
Com, digamos, certo verso,
veneno de letra
bolero, ou menos.
Tira daqui, bota dali,
um lugar, no caminho.
Prossegue de si.
Seguro morreu de velho,
e sozinho.


Paulo Leminski

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